sábado, 17 de março de 2012

Cinzas e regadores.



O medo encara minha face.
Debocha da minha incapacidade.
Ri das lágrimas que representam fraqueza ao serem derramadas.
Olho para o chão.


Ando pelo jardim à procura do regador.
Melhor do que andar procurando um amor que nunca vai vim.
Jogo a mangueira no chão, tapo minhas orelhas com as mãos.


É ele, ele está gritando pra mim: Frouxa, medrosa! Não vai conseguir... haha - oh medo...


Tiro as mãos da cabeça. Desligo a torneira. Subo as escadas enquanto as lágrimas escorrem na minha face e não encontro coragem pra secá-las inutilmente.


Pego aquele velho baú.
A velha carta que você me deu.
"Por que ainda guardo ela?" - pergunto a mim mesma.
Esqueiro na gaveta, finalmente utilidade pra ele: Queimar as palavras de ilusão, que um dia fui capaz de acreditar. 


Cinzas jogadas pela janela, a cor cinza no céu também predomina. Além da minha vida, além do meu coração, além da minha mente. O céu também está cinza...
Ultima lágrima cai.
Alivio e corpo fora de tensão.
Respira fundo, passa a mão no cabelo, desce as escadas bem devagar.
Olha: o sol voltou outra vez!
O que eu estava fazendo mesmo? - Ah,achei o regador.

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